quarta-feira, 24 de outubro de 2012

PAI NOSSO QUE ESTÁS NO CÉU



Devemos acrescentar que essa oração foi ensinada por Jesus aos seus discípulos. Sua autoria constitui o elemento básico e fundamental para o seu estudo diário. Procedeu do Senhor Jesus. Daí, seu imensurável valor permanente. Ela foi dada aos crentes, aos discípulos.
    Ele disse: “Portanto, vós orareis assim; Pai nosso que estás nos Céus...”. Não é oração para descrente, crentes em outros senhores ou ateus. É oração de crente. Se somos crentes, essa oração é nossa, em Cristo.
     Fizemos ligeira introdução a respeito da “Oração do Senhor” e sugerimos um questionário, com propósito de levar os irmãos a pensar no que já dissemos sobre o assunto, a fim de prosseguirmos analisando outros elementos bíblicos da oração. Talvez seja oportuno lembrar que a Oração do Senhor tem sido caracterizada por vários nomes, todos com certo fundamento e base. É a oração que toda a cristandade ora e parece que se torna, cada vez mais, elo entre os cristãos de diferentes ramos. Ela nos ensina:
 A paternidade de Deus - Nela estamos declarando nossa filiação universal para com o Senhor de todos os homens. A doutrina da Paternidade que aparece nas Escrituras assume nessa oração a clareza, a universalidade e afirmação prática, que a cristandade precisará reconhecer e proclamar, por meio da oração. Nessa paternidade, a oração também define a natureza da paternidade que Deus exerce em relação a nós, seus filhos. “ Pai Nosso, que estás nos céus” é a afirmação de nosso reconhecimento quanto à paternidade do Senhor. Conforta-nos o fato de podermos sentir nossa filiação segura e certa para com o Pai glorioso, ao qual  Jesus Cristo nos ensinou a buscar em nossa oração.
·  A divindade do Pai, “...que estás no céu”, distinguindo-se de toda limitação humana dos filhos. Sua divindade de essência e de natureza nos dá tranquilidade e a santidade divina do Senhor nos garante que podemos estar seguros e protegidos pelo Pai, que governa todas as coisas, pela sua infalível paternidade divina. Reconhecer esse fato, na oração, significa reconhecer a divindade do pai, em quem os filhos confiam e por isso descansam na sua misericordiosa providência, sob a qual todos somos filhos confiantes e esperançosos.
·  A nossa filiação exclusiva. Nosso egoísmo se dissipa, pois somos todos igualmente filhos, pela paternidade única, sob a qual nossa filiação é fraterna e exclusiva. Assim, orar o pai-nosso é reconhecer a fraternidade de todos para com a paternidade de Deus, debaixo da qual só existem filhos, pois só um é Pai de todos, do qual todos os crentes são filhos. Ser filho do Pai é reconhecer no outro a irmandade e a fraternidade únicas.
    Essa invocação do pai-nosso coloca os que oram diante das três grandes verdades, que lhe referimos aqui, a fim de que você não ore a bela oração inconscientemente, mas com reflexão e seriedade, compreendendo as imensuráveis implicações que ela tem para sua vida e para a vida da cristandade total. È isso que estamos dizendo quando oramos: “Pai Nosso que estás nos céus”. Procure orar assim essa oração e você crescerá na compreensão do que Deus lhe está dizendo por meio dela.
Fonte: Livro Desafio da Vida Cristã - Wilson de Souza Lopes



terça-feira, 9 de outubro de 2012

BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES



Referência: Mateus 5.9
INTRODUÇÃO
1. Existem 400 referências à paz na Bíblia. As Escrituras começam com paz no Jardim do Éden e termina com paz na eternidade. O pecado do homem interrompeu a paz no Jardim. Na cruz, Cristo se tornou a nossa paz e um dia, ele virá para estabelecer o seu Reino de paz.
2. Deus se audenomina o “Deus da paz”, mas não há paz no mundo. Isso por causa da oposição de Satanás e desobediência do homem.
I. A NECESSIDADE DA PAZ 
1. O homem é um ser em conflito
O homem está em guerra com Deus, consigo, com o próximo e com a natureza.
A paz que saudamos hoje começa a desmoronar amanhã. Não temos paz política, econômica, social ou familiar. Não temos paz em lugar nenhum porque não temos paz no nosso coração. As pessoas sofrem de doenças mentais e emocionais como nunca. Alguém já disse: “Washington tem inúmeros monumentos à paz. Depois de cada guerra, contróem um”.
A paz é meramente aquele breve momento glorioso na História em que todos param para recarregar as armas. Depois da segunda guerra mundial, o mundo ficou preocupado em desenvolver um agência para a paz mundial, por isso, em 1945, surgiram as Nações Unidas com o lema: “Libertar as nações vindouras do flagelo da guerra”. Desde então, não tem havido um dia de paz na terra. Nem um. É uma quimera.
2. Os homens estão em conflito uns com os outros
Não temos capacidade de conviver bem uns com os outros. Existem dissoluções de famílias e discórdias nas escolas. O homem não tem paz consigo mesmo, por isso o mundo ao seu redor está mergulhado no caos.
O século XX começou com profundo otimismo humanista. Mas veio a primeira guerra mundial e cerca de 30 milhões de pessoas foram mortas. Logo veio a segunda guerra mundial e 60 milhões de pessoas pereceram. O comunismo abocanhou 1/3 dos habitantes do planeta e levou milhões à morte. Hoje vivemos terríveis guerras étnicas, tribais e religiosas. O mundo é um barril de pólvora.
Tudo o que Deus criou cumpre o seu propósito: Deus criou o sol para brilhar, as árvores para encherem a terra de fartura, as sementes para nascerem, florescerem e frutificarem. Deus criou o homem para a vida e ele prefere a morte; para a paz e ele prefere a guerra.
Até o reino de Satanás não vive dividido. Será que nós somos os únicos que nos auto-destruímos e destruímos uns aos outros?
3. Sem paz a sociedade se desintegra
Sem paz você é um ser um conflito, em guerra. Sem paz sua família se arrebenta. Sem paz a igreja perde a comunhão e fica estagnada. Sem paz as denominações se engalfinham em batalhas intérminas. Sem paz a cidade vira uma arena de medo. Sem paz a nação mergulha em densas trevas. Sem paz o mundo vive a síndrome do pânico. O problema que mais nos assusta hoje é a falta de segurança. O nosso semelhante tornou-se nossa maior ameaça. Falta paz na terra.
II. O QUE É PAZ 
1. O que não é paz 
a) Não é paz de cemitério – Algumas pessoas definem paz como ausência de conflito. Não existe conflito em um cemitério, mas paz é muito mais do que a ausência de algo.
É a presença da justiça que produz relacionamentos verdadeiros. A paz não é apenas a suspensão da guerra; a paz é a criação da justiça que reúne inimigos em amor. Jesus, o príncipe da paz, não evitou os conflitos, jamais deixou de denunciar o erro, o pecado. Mataram-no porque ele se recusou a aceitar uma paz a qualquer preço.
b) Não é trégua – Há uma grande diferença entre trégua e paz. Uma trégua quer dizer que você apenas que você deixa de atirar por um tempo. A paz vem quando a verdade é conhecida, o problema é resolvido e as partes se abraçam.
c) Não é fuga do confronto – A paz na Bíblia nunca se esquiva dos problemas. Não é paz a qualquer preço. Apaziguamento não é paz. A paz tem um alto preço. Ela custou o sangue de Cristo. Dietrick Bonhoeffer criou o termo “graça barata”. Existe também uma espécie de paz barata. Proclamar paz, paz, onde não há paz, é obra do falso profeta. A paz supera o problema; não é sublimar nem enterrar o problema vivo. A paz constrói uma ponte de reconciliação. Sem confronto teremos apenas um cessar-fogo, uma guerra fria, um tempo para recarregar as armas.
d) Não é sacrifício da justiça – Nunca se procura a paz à custa da justiça. Você não conseguirá paz entre duas pessoas a não ser que elas tenham percebido o pecado, a culpa e o erro da amargura e do ódio e tenham resolvido levá-los diante de Deus e corrigi-los.
e) Não é sacrifício da verdade – Muitos hoje querem a paz e a união de todos, mas enterrando a verdade. Nesse sentido Jesus veio trazer não a paz, mas a espada (Mt 10:34). Não há unidade fora da verdade. A paz com todos e a santificação precisam andar juntas (Hb 14:12). O ecumenismo é uma falácia. Não temos nenhuma ordem de Cristo para buscarmos a união sem pureza, pureza de doutrina e de conduta. Uma união barata produz uma evangelização barata. Esses são atalhos proibidos que transforma o evangelista num mercador fraudulento, degrada o evangelho e prejudica a causa de Cristo. A Bília nos proíbe a sermos cúmplices com as obras infrutíferas das trevas (Ef 5:11). A Bíblia condenou a aliança de Josias com o ímpio rei Acabe (2 Cr 19:2). A Bíblia ordena: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos, porque que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão da luz com as trevas [...]” (2 Co 6:14).
2. O que é paz
A palavra paz tanto no hebraico como no grego nunca é um estado negativo. Nunca significa apenas a ausência de conflito. A paz é inclui o bem estar geral do homem. É a libertação do mal e a presença de todas as coisas boas.
A paz é um estado de harmonia com Deus, consigo, com o próximo.
3. Impedimentos à paz 
a) Semear contendas – A Bíblia diz: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo” (Lv 19:16). Este é o pecado que mais a alma de Deus aborrece, semear contendas entre os irmãos (Pv 6:19). O mexeriqueiro é o correio do diabo por quem ele envia as suas cartas, disse Thomas Watson. Ele é um mexeriqueiro. Ele sopra as brasas da contenda. Se a Bíblia que o pacificador é abençoado, bem-aventurado, então, aquele que quebra a paz é maldito. O diabo foi o primeiro a quebrar a paz, separando o homem de Deus.
b) Alimentar a soberba – A pessoa soberba pensa que ela é melhor do que os outros e contede por superioridade. Diótrefes, amava os primeiros lugares (3 Jo 9). Amã mandou matar todos os judeus porque Mordecai não se prostrou aos seus pés (Et 3:9). Só uma pessoa que abriu mão da sua vaidade, pode ser um pacificador.
III. A BÊNÇÃO DE SERMOS PACIFICADORES 
1. Nós fomos chamados à paz e somos portadores da paz
Deus nunca nos chamou para a divisão ou contendas. Ele nos chamou à paz (1 Co 7:15). Temos paz com Deus, temos a paz de Deus e somos portadores da paz. Devemos levar a paz: “paz seja nesta casa”. Quando Tiago e João pediram para Jesus mandar fogo do céu sobre os samaritanos, Jesus lhes repreendeu: “Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lc 9:55). Isaías diz que quando andamos com Deus, nossos filhos tornam-se reparadores de brechas (Is 58:12). A Bíblia diz: “Quão formosos são os pés daqueles que anunciam as boas novas da paz”.
2. É honroso ser um pacificador
A Bíblia diz que “honroso é para o homem o desviar-se de contendas” (Pv 20:3). É honroso por termo aos conflitos intrapessoais e interpessoais. Salomoão disse que “como o abrir de uma represa, assim é o começo da contenda; Quando uma represa arrebenta, há uma inundação catastrófica, que traz perigo, prejuízo e morte.
Jesus diz que feliz é o pacificador, aquele que não gera conflitos, mas que acaba com eles, buscando reconciliação.
3. O pacificador poupa a si mesmo de tormentos
A Bíblia diz: “O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel a si mesmo se fere” (Pv 11:17). Um gerador de contendas torna o seu próprio carrasco e algoz. Ela flagela a si mesmo. O ímpio é como o mar agitado, que lança de si lodo e lama. Não há paz para o ímpio (Is 57:20,21). A Bíblia diz: “Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo e como o orvalho” (Sl 133:1).
4. O pacificador estampa na sua vida o próprio caráter de Deus
O Deus Pai é chamado o Deus da paz (Hb 13:20). Ele nos comissiona a sermos embaixadores em seu nome, rogando aos homens que se reconciliem com Deus.
O Deus Filho é chamado o Príncipe da Paz (Is 9:6).Ele entrou no mundo com uma música da paz: “Paz na terra entre os homens” (Lc 2:14). Ele deixou o mundo com um legado de paz: “Deixo-vos a paz, a minha vos dou, não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14:27). Cristou orou pela paz. Para que sejamos um como ele e o Pai são um (Jo 17:11,21,23). Cristo derrou seu sangue pela paz. Ele fez a paz pelo sangue da sua cruz (Cl 1:20).
O Deus Espírito Santo é o Espírito da paz. Ele é o consolador. Um dia nós estaremos no céu em perfeita paz. Somos co-participantes da natureza divina. Os anjos pertencem a diferentes ordens, mas jamais estão em conflito. Não céu não haverá contenda, nem ciúmes.
5. O pacificar promove a paz
O pacificador está em paz com Deus, anuncia o evangelho da paz, tem o ministério da reconciliação e é um embaixador de Deus, rogando aos homens que se reconciliem com Deus (2 Co 5:18-20).
O pacificador é aquele ama os seus inimigos, abençoa aqueles que lhe maldizem, ora por aqueles que lhe perseguem (Mt 5:45).
Jesus ordena: “Tende paz uns com os outros” (Mc 9:50). Paulo diz: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12:18).
6. Como podemos ser pacificadores 
a) Evangelizando – Quando você leva ao homem o evangelho da paz, você está sendo um embaixador do céu na promoção da paz. Quando o homem se reconcilia com Deus, ele abandona o ódio, a vingança. Exemplo: Charles de Cheise and Fuchida.
b) Perdoando as ofensas – A Bíblia diz que não devemos retribuir o mal com o mal, mas vencer o mal com o bem. Ódio produz mais ódio. Guerra produz mais guerra. Exemplo: José e seus irmãos (Pai do presbítero A.S.V).
c) Sendo um reparador de brechas – Se o pecado que mais Deus abomina é espalhar contendas, apagar contendas deve ser atitude que mais alegra o coração de Deus.
IV. A RECOMPENSA DO PACIFICADOR 
1. A recompensa do pacificador é ser chamado de filho de Deus
A língua grega usa huios para filhos e não tekna, que significa crianças. Tekna nos fala de uma afeição terna. Huios nos fala de dignidade, honra e consideração.
Amamos nossos filhos mais do que nossa casa, nosso carro, nossos bens. Nossos filhos são nossa maior herança. O pacificador é filho do Deus vivo. Esse título é mais honroso do quer ser o mais exaltado príncipe da terra.
A Bíblia diz que somos a menina dos olhos de Deus. A pupila é a parte mais sensível do corpo. É a parte mais frágil e delicada. Você a protege. Deus age da mesma forma com os seus filhos. Se você tocar em um de seus filhos, você está colocando o dedo no olho de Deus.
2. Os filhos de Deus são muito preciosos para Deus
A Bíbia diz que somos o seu tesouro particular (Ml 3:17). Diz que Deus nos dará um nome eterno (Is 56:5). Diz que Deus recolhe nossas lágrimas em seu odre (Sl 56:8). Quando morremos, nossa morte é preciosa aos seus olhos (Sl 116:15). Deus nos fez reis, príncipes e sacerdotes, herdeiros. Deus diz que seus filhos são os notáveis em quem ele tem todo o seu prazer (Sl 16:3). A Bíblia diz que nós somos os vasos de honra de Deus (2 Tm 2:21). A Bíblia diz que os filhos são dignos de honra (Is 43:4). Nós somos a herança de Deus. Nossa posição é mais elevada do que a dos anjos. Ele nos servem. Nós somos co-participantes da natureza divina. Estamos ligados a Cristo. Somos membros do corpo de Cristo. A Bíblia diz que nós nos assentaremos com ele no seu trono (Ap 3:21), como filhos pulando no colo do pai.
3. Os pacificadores são feitos filhos de Deus por adoção
No que a adoção consiste:
a) Adoção é a transferência de uma família para outra – Nós fomos transferidos da velha família de Adão. Éramos escravos, éramos cegos, perdidos, filhos da ira (Ef 2:2-3). Agora, somos membros da família de Deus. Deus é nosso Pai. Cristo é o nosso irmão mais velho. Os santos são nossos irmãos e co-herdeiros, os anjos são espíritos que nos servem.
b) Adoção consiste em uma imunidade e desobrigação de todas as leis que nos prendiam à antiga família – Agora não somos mais escravos do pecado. Agora fomos libertos do império das trevas. Agora somos novas criaturas.
c) Adoção consiste em uma legal investidura dos direitos da nova família – Recebemos um novo nome. Antes éramos escravos, agora somos filhos. Antes éramos um pecador, agora somos santos. Recebemos também uma gloriosa herança. Somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo.
No que a adoção divina difere da adoção humana:
a) A adoção humana via de regra é para suprir uma carência dos filhos naturais – Deus sempre foi completo em si mesmo. Deus sempre se deleitou no seu Filho unigênito.
b) A adoção humana é restrita, a de Deus ampla – A herança do pai é repartida em parte para os filhos. Os herdeiros de Deus possuem tudo o que é do Pai. Tudo o que Deus tem é nosso.
c) A adoção humana é feita sem sacrifício, a divina custou a vida do seu Filho – A nossa adoção custou a morte do seu Filho unigênito, para fazer-nos filhos adotivos. Deus selou nossa certidão de nascimento com o sangue do seu Filho. Quando Deus criou todas as coisas, ele apenas falou, mas quando nos adotou, o sangue do seu Filho precisou ser derramado.
d) A adoção humana confere apenas benefícios terrenos, a adoção divina confere bênçãos celestiais – Deus concede-nos mais do que bens, concede-nos uma nova vida, um novo coração, uma nova mente, uma nova herança, um novo lar, a vida eterna.
4. Como podemos saber que somos pacificadores ou filhos de Deus 
a) Provamos que somos filhos de Deus quando temos um coração sensível – Um filho chora ao ofender o seu pai. Pedro chorou ao negar a Jesus. Clemente de Alexandria diz que sempre que Pedro ouvia um galo cantar, ele desatava em choro.
b) Provamos que somos filhos de Deus quando agimos de forma semelhante ao nosso Pai celeste – Os judeus disseram para Jesus que eles eram filhos de Abraão, mas suas atitudes indicavam que eles eram filhos do diabo (Jo 8:40). Não podemos chamar a Deus de Pai e imitar o diabo. Não somos filhos de Deus por criação, mas por reneração. Não pelo primeiro nascimento, mas pelo novo nascimento.
c) Provamos que somos filhos de Deus quando nos deleitamos em estar na presença de Deus – Onde Deus está aí é céu. Na presença de Deus tem delícias perpetuamente. Quem tem prazer em Deus aqui, vai entrar no gozo do Senhor. Vai desfrutar e usufruir da presença de Deus por toda a eternidade.
d) Provamos que somos filhos de Deus, quando assim formos chamados pelos homens – Eles não apenas são filhos de Deus, mas eles serão chamados filhos de Deus. Eles refletem o caráter do Deus da paz, buscando a paz, sendo embaixador da paz, levando união, sendo um construtor de pontes e não um abridor de abismos.
CONCLUSÃO 
1. Você tem paz? Você vivem em paz com Deus, consigo, com o próximo?
2. Você tem perdoado as pessoas que lhe ofendem? Você prefere sofrer o dano do que entrar numa rixa e numa contenda?
3. Você é um pacificador? Qual foi a última vez que você lutou para evitar uma contenda?
4. Você pode provar pela sua atitude de pacificador que você é um filho de Deus? As pessoas consideram você um pacificador e um filho de Deus?
Rev. Hernandes Dias Lopes
Fonte: hernandesdiaslopes.com.br

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O LAR, FONTE DE GRANDE ALEGRIA.

Imagem: facebook/opoderdapalavradedeus

INTRODUÇÃO
Warren Wiersbe afirma corretamente que o livro de Rute é muito mais do que o relato do casamento de uma estrangeira rejeitada com um israelita respeitado. Também é um retrato do relacionamento de Cristo com sua igreja. O casamento é um estado honroso. Ele foi instituído por Deus para a felicidade do ser humano. Devemos orar fervorosamente, pedindo a orientação de Deus para esta decisão vital da vida. Os pais devem aconselhar cuidadosamente seus filhos acerca deste importante assunto para que sejam bem-sucedidos. O casamento pode ser um canteiro engrinaldado de flores ou um deserto árido; pode ser uma fonte de alegria, um poço de amargura; pode ser um antegozo do céu ou o prenúncio do tormento do inferno.
O casamento está sendo ameaçado por muitos inimigos. O homem contemporâneo está banalizando essa sacrossanta e vetusta instituição divina. Faz-se mais apologia do divórcio do que acerca do casamento. Os casamentos mais decantados e badalados pela imprensa estão ruindo antes mesmo de lançar suas raízes. Multiplicam-se os casos de infidelidade e o número de divórcios. Poucos casais estão dispostos a enfrentarem juntos os desafios da vida e vencerem juntos as crises próprias da vida conjugal.
Nesse contexto turbulento, a mensagem do livro de Rute é de vital importância. O casamento foi planejado por Deus para ser uma fonte de alegria e não um flagelo para a alma. O cônjuge deve ser um aliviador de tensões e não um verdugo emocional. A vida conjugal deve erigida sobre o sólido fundamento do amor puro e não sobre os rotos fundamentos da paixão carnal.
Antes de entrarmos na exposição do capítulo três de Rute, à guisa de introdução, destacamos três pontos importantes:
1. As tragédias que nos atingem não têm a última palavra em nossa vida
O livro de Rute fala da saga de uma família temente a Deus que num tempo de fome deixou a sua cidade em busca de sobrevivência e encontrou a própria morte.
Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom eram pessoas abastadas, que moravam em Belém, a Casa do Pão (1.1,2). Eles pertenciam à aristocracia de Belém e tinham uma vida abastada. Aquele era o tempo dos juízes, uma época de crises repetidas e de grande instabilidade política, econômica, moral e espiritual. Cada um seguia o seu próprio caminho. O povo andava errante e sem o norte da verdade. Nesse tempo faltou pão na Casa do Pão. Em vez de buscar a direção de Deus, essa família foge para Moabe. Buscando, segurança, encontraram a doença. Correndo atrás da vida, toparam com a própria morte. Em Moabe Elimeleque, Malom e Quiliom buscaram a sobrevivência e encontraram a morte. Eles não encontraram a prosperidade, mas uma sepultura.
Agora Noemi ficou só, desemparada, com duas noras viúvas, em terra estrangeira. Mas, houve um rumor em Moabe de que Deus visitara o seu povo, dando-lhe pão (1.6). Para Noemi não era apenas uma questão econômica ou um novo horizonte social que se despontava, mas uma visitação de Deus. Ela olhava para a vida na perspectiva de Deus.
Nessa volta à sua terra, sua nora Rute voltou com ela e fez com ela uma aliança. Prometeu segui-la pelos caminhos da vida e da morte. Prometeu ser fiel a ela, a seu povo e ao seu Deus (1.16,17). Aqui começa uma das mais belas histórias da Bíblia. A carranca da tragédia abre um largo sorriso para aquelas duas viúvas pobres. Do meio da escuridão brota uma luz aurifulgente. A pobreza extrema vislumbra a chegada de uma grande riqueza. A solidão acachapante defronta-se com a vida mais plena de alegria. Noemi vislumbrou um novo horizonte na vida de Rute que mudaria para sempre sua vida. Essa mudança radical e bendita passaria pela experiência do casamento de Rute com Boaz. Noemi buscou um lar para a sua nora (3.1). Ela queria que sua nora se casassee, fosse feliz e tivesse um filho para perpetuar a memória de sua família.
2. O choro pode durar uma noite inteira, mas a alegria vem pela manhã
A crise não dura para sempre. A vida não é feita só de turbulências. Depois da tempestade vem a bonança. Depois do choro vem a alegria. Depois da dor vem o refrigério. Depois de anos de tristeza uma porta se abre para Rute e Noemi e um novo futuro se descortina diante dos seus olhos. Deus não apenas preparou um marido para Rute, mas um remidor para ambas. Deus não apenas deu um lar a Rute, mas um lar feliz. Deus não apenas fez dela uma mulher rica, mas a avó do grande rei Davi e a ancestral do Messias (4.17; Mt 1.5).
3. A felicidade não é um lugar aonde se vai, mas uma maneira como se caminha
Muitos buscam a felicidade com sofreguidão e não a encontram, porque ela não é um fim em si mesma. A felicidade não está aqui, ali, ou alhures. A felicidade tem muito mais a ver como a maneira com se caminha do que com o lugar aonde se chega. Rute buscou abrigo sob as asas de Deus e ele satisfez os desejos do seu coração. A Palavra de Deus diz: “Agrada-te do Senhor e ele satisfará os desejos do teu coração” (Sl 37.4).
Não há nada de errado em desejar a felicidade. Deus nos criou para a experimetarmos em sua plenitude. O problema é nos contentarmos com uma felicidade mundana, carnal e passageira. Deus nos criou para o maior de todos os prazeres: conhecê-lo e amá-lo. O maior de todos os prazeres da vida é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Esse é o maior propósito da existência humana. Esse é o fim principal do homem. Deus é o nosso maior deleite. Nele e só nele a felicidade pode tornar-se realidade. Rute buscou a Deus e ele lhe deu um lar e a fez feliz.
Neste texto vamos examinar algumas lições sobre como ter felicidade no lar:
I. A NOSSA FELICIDADE PRECISA SER CONSTRUÍDA A PARTIR DO LAR (3.1-5)
1. A felicidade não é um fim em si mesmo (3.1)
Muitas pessoas buscam a felicidade como se ela fosse um tesouro que se descobre no fim da jornada. Mas a felicidade é conhecida em como se vive mais do que aonde se chega. Fernão Dias Paes Leme, o bandeirante das Esmeraldas, emprenhou-se nas matas em busca das encantadoras pedras verdes. Fez dessa busca a maior obsessão da sua vida. No final, com um embornal cheio de pedras, mas com os dedos crispando de febre, caiu ao chão no estertor da morte, apertando a sacola de pedras contra o peito, como que desejando enterrá-las em seu coração. Pobre homem! O brilho das pedras não puderam satisfaze-lhe a alma nem bafejar seu coração da verdadeira felicidade.
Muitos buscam a felicidade no lugar errado: no dinheiro, no poder, na fama, no sucesso. Muitas pessoas chegam ao topo da pirâmide social, mas continuam infelizes. Deus colocou a eternidade no coração do homem e coisas não podem satisfazê-lo. Há um vazio dentro do homem que nada neste mundo pode preencher.
O rei Salomão distorceu como ninguém o sentido do casamento e da família. Ele teve mil mulheres: setecentas princesas e trezentas concubinas. Mas, longe de encontrar a felicidade nessa multiplicidade de relacionamentos, encontrou a decepção. Esse rei que granjeou riquezas e acumulou muitos tesouros buscou a felicidade na bebida, no dinheiro, no sexo e na fama. Porém, tudo o que encontrou foi a vaidade (Ec 2.1-11). A palavra “vaidade” significa bolha de sabão. Tem colorido, mas não conteúdo; é bonito aos olhos, mas vazio de conteúdo.
2. A felicidade não pode ser construída à parte da família (3.1)
Muitas pessoas querem a felicidade a qualquer preço. Muitos buscam construir sua felicidade sobre os escombros da infelicidade alheia. Querem uma felicidade egoísta, uma felicidade no pecado, uma felicidade que custa o casamento e a vida dos filhos. Essa felicidade dura pouco e no fim tem um sabor amargo.
Quantas pessoas que na busca da riqueza, esquecem o cônjuge e abandonam os filhos. Quantos que traem os votos firmados no altar, quebram as promessas feitas na presença de Deus e rompem com a aliança do matrimônio para viverem aventuras pejadas de paixão. Nessa corrida ensandecida pisam no cônjuge, ferem a família, esmagam emocionalmente os filhos e deixam para trás um rastro inglório de grandes infortúnios. O diabo é um estelionatário e o pecado é um fraude. O pecado não compensa. O prazer que ele oferece tem cheiro de enxofre. A morte está presente no DNA do pecado. Assim como é impossível colher figos dos espinheiros, também é impossível experimentar a verdadeira felicidade no pecado. Nenhum sucesso compensa o fracasso da família.
Muitos se deixam seduzir pelo fascínio da riqueza, e acabam levando sua família para a destruição. O filme O Advogado do Diabo retrata em cores vivas o perigo de se inverter as prioridades da vida, sacrificar o casamento e tripudiar sobre os valores absolutos para alcançar riqueza. O fim dessa linha é a dor, a frustração e a morte.
3. As pessoas mais felizes são aquelas que entenderam que a felicidade precisa ser centrada na família (3.1)
A Bíblia diz que Ló na busca da riqueza, levou sua família para Sodoma e lá perdeu não só suas riquezas, mas também sua família. Davi para satisfazer um desejo sexual proibido com Bate-Seba, afundou sua família num mar de sangue, de conspirações e mortes. Salomão na busca da felicidade em seus múltiplos casamentos, perdeu seu coração e sua fé genuína em Deus.
A verdadeira felicidade deve ser construída em torno da família. É melhor ser pobre havendo harmonia no lar do que celebrar banquetes com contenda. Melhor é o bom nome do que a riqueza. A mulher virtuosa vale mais do que finas jóias. Um casamento feliz é mais excelente do que a mais pujante fortuna. John Rockfeller disse que nunca havia conhecida tão pobre como aquele que só possuia dinheiro. O dinheiro em si não traz felicidade. As pessoas mais felizes não são aquelas que mais têm. As mais mais felizes não são aqueles que vivem empavonadas, mas aquelas que chegam em casa com a roupa suja de graxa. Nada se compara a uma família unida, onde o amor é o alicerce da comunhão.
II. AS FRUSTRAÇÕES DO PASSADO NÃO PODEM IMPEDIR SUA FELICIDADE HOJE (3.1)
Os problemas que nos afligem podem trazer-nos grandes transtornos: O marido e os filhos de Noemi haviam morrido prematuramente. Abraão morreu farto de dias. Jó viu os filhos dos filhos até a quarta geração. Mas Elimeleque e seus filhos morreram sem deixar sequer um descendente. A morte prematura traz grandes transtornos e profundas angústias. Um médico amigo, que perdera seu filho de dezessete anos, acadêmico de medicina, vitimado por uma doença súbita, chorava desconsolado dizendo não aceitar que seu filho tenha furado a fila e passado em sua frente. Aquele homem nunca conseguiu superar aquela dor que assolou seu peito.
Noemi agora não tem marido, não tem filhos, nem dinheiro. Parece que tudo havia acabado. Mas, das sombras espessoas do sofrimento brota uma luz de esperança. Das cinzas da derrota levanta-se um prenúncio de inaudita vitória. Nas miragens do deserto, ela vislumbra o oásis que lhe dessedentou a alma. Quando nossos recursos acabam os celeiros de Deus continuam abarrotados. Quando perdemos o controle, Deus continua nos conduzindo em triunfo.
Alguns fatos nos chamam a atenção:
1. As tragédias do passado podem produzir grande amargura em nossa alma (1.20)
Noemi partiu de Belém feliz e voltou amarga. Em dez anos ela perdeu seus bens, seu marido, seus filhos, seus sonhos. Ela quer mudar de nome. Noemi significa feliz, alegre. Ela quer ser chamada de Mara, amargura. Os problemas da vida podem azedar a nossa alma, podem roubar os nossos sonhos. Noemi perdeu a razão para sorrir. A felicidade fugiu da sua vida e ela começou a amargar uma tristeza sem consolo e uma dor sem cura. Torrentes caudalosas de perdas desabaram sobre sua casa. Avalanches rolaram dos penhascos alcantilados e inundaram sua vida, enchendo seu peito de dor e mágoa. Ela ergueu um monumento permanente para celebrar a sua dor. Ele trocou de nome. Ela reescreveu a sua história e a nova versão era mais sombria que a primeira.
2. As tragédias do passado podem embassar nossa percepção espiritual (1.21)
Noemi pensou que Deus estava contra ela. Ela estava olhando para a vida com lentes escuras e interpretando as providências divinas por uma perspectiva falha. Ela só conseguia ver o castigo de Deus e não a sua providência. Noemi não só estava triste, ela estava triste com Deus. Ela responsabilizou Deus pela sua tragédia. Noemi viu Deus como seu inimigo e não como seu refúgio. Ela pensou que Deus estava trabalhando contra ela e não por ela. Ela ergueu sua voz para extravasar sua mágoa contra Deus em vez de exaltar e glorificar a Deus.
Muitos ainda hoje, olham a vida pelo avesso. Enxergam as providências de Deus como um emaranhado de grande confusão sem nenhum propósito. Assim, perdem a doçura, perdem a alegria e perdem a comunhão com Deus. Vêem-no como carrasco e não como consolador. Encontram nele não abrigo, mas pesado tormento.
3. As tragédias do passado não são permanentes, a crise não dura para sempre (3.1)
Não apenas Noemi, mas Rute também tinha tudo para desesperar-se da vida. Ela era gentia. Ela havia perdido o sogro, o cunhado, o marido. Rute não teve filhos. Ela tem uma sogra viúva, pobre e desamparada. Ela está em terra estrangeira, longe da sua família. Naquela época ser viúva pobre era estar em total desamparo.
Mas quando você está no fim da linha, no fundo do poço, no esgotamento dos seus recursos, sentindo-se em terra estranha Deus pode intervir, pode mudar o cenário, pode abrir-lhe a porta da esperança. À pobre viúva Deus lhe deu não apenas um marido íntegro, bondoso e leal, mas um marido rico e cheio da graça de Deus. A providência divina lhe proporcionou não apenas uma casa farta de bens, mas também cheia de felicidade. Deus pode lhe fazer feliz ainda hoje.
4. A felicidade não está apenas em ter um cônjuge, mas um lar (3.1)
Noemi não buscou um marido para Rute, mas um lar. Muitos querem apenas se casar e por isso tomam decisões apressadas. É melhor ficar sozinho do que fazer um casamento precipitado. A Bíblia diz que do Senhor vem a esposa prudente. A Palavra de Deus diz que quem encontra uma esposa, achou a benevolência do Senhor. Não busque apenas um cônjuge, busque um lar!
O casamento é um passo muito sério para ser tomado sem reflexão. Um casamento precipitado pode ser motivo de mais dor que alegria, de mais choro que sorriso, de mais infelicidade do que prazer. Ouça os conselhos dos mais experientes. Tenha cautela na busca de um cônjuge. Você precisa de um lar e não apenas de um cônjuge.
III. A FELICIDADE DO LAR PRECISA SER EDIFICADA SOBRE O FIRME FUNDAMENTO QUE É DEUS (3.10)
1. A felicidade de Rute está no fato de que ela converteu-se primeiro a Deus, antes de buscar um marido (2.12; 2.16,17; 3.10)
Rute era uma moabita. Ela era adoradora de uma divindade pagã, o deus Camos. Ela não conhecia o Deus vivo. Mas logo que o seu marido morreu, ela deixou sua terra, sua parentela, seus deuses e abraçou o Deus da sua sogra. Ela converteu-se ao Deus vivo. Ela disse: “Aonde quer que tu fores, irei também; aonde quer que pousares, ali pousarei; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. onde quer que morreres, morrerei eu e ali eu serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (1.16,17).
Um dos grandes problemas do casamento misto é que primeiro a pessoa busca o cônjuge antes de buscar a Deus; busca a sua vontade mais do que a vontade de Deus.
Porque Rute buscou a Deus em primeiro lugar, Deus lhe deu um marido crente, rico, generoso, e ela tornou-se avó do grande rei Davi e membro da genealogia do Messias. Deus honra aqueles que o honram!
2. A felicidade de Rute está no fato de que ao buscar a Deus em primeiro lugar, não apenas encontrou um marido, mas também um remidor (3.9)
Boaz foi para Rute um levir e um remidor. A Lei de Moisés requeria que quando um homem morria sem deixar filhos, um parente próximo poderia casar-se com a viúva (Dt 25.5-10), perpetuando assim o nome da família. Rute era um viúva sem filhos. Sua sogra não tinha mais filhos para ela desposar. Boaz, por sua vez, era um parente próximo de Elimeleque. Assim, ele estava qualificado para ser o remidor de Rute, casando-se com ela. O que é importante é que ele não só estava qualificado, mas também estava desejoso de casar-se com ela. Boaz perpetuou a descendência de Elimeleque e Malom, bem como tirou Rute e Noemi da pobreza. A Palavra de Deus diz: “Agrada-te do Senhor e ele satisfará os desejos do seu coração” (Sl 37.4).
A Bíblia diz que casualemente Rute foi rebuscar no campo de Boaz. Casualmente Boaz a viu. Casualmente ele se afeiçoou a ela. Porém, as nossas casualidades são expressas manifestações da providência divina (2.20). Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.
IV. A FELICIDADE DO LAR PRECISA PASSAR PELA INTEGRIDADE DOS CÔNJUGES (3.11)
1. Rute era uma mulher de grandes qualidades morais (3.11)
A felicidade de Rute foi pavimentada pela sua própria vida. Vejamos alguns atributos dessa jovem viúva moabita:
Em primeiro lugar, Rute era uma mulher convertida ao Deus vivo (1.16,17). Rute, à semelhança de Abraão, deixou sua parentela e foi para uma terra distante por causa da sua fé no Deus vivo. Deus passou a ser o seu Senhor. Rute buscou abrigo debaixo das asas de Deus (2.12) e Boaz a chama de bendita de Deus (3.10).
Em segundo lugar, Rute era uma mulher trabalhadora (2.2,15-17). Rute é uma mulher que tem expediente, que tem coragem para trabalhar e faz tudo quanto está ao seu alcance. Rute não era uma peça de porcelana, uma taça de cristal. Ela tinha fibra, tinha punhos de aço e mãos adestradas para o trabalho.
Em terceiro lugar, Rute era uma mulher que tinha um lindo relacionamento com sua sogra (1.16,17; 2.11,12,18,22,23; 3.1; 4.15). Rute fez uma aliança de amor com sua sogra. Noemi trata Rute como a uma filha. O amor e o cuidado de Rute por Noemi já era um fato conhecido na cidade de Belém (2.11,12). A fama de Rute a precedeu em Belém. Rute é uma mulher leal. Ela não despreza a sua sogra logo que as coisas começam a melhorar para ela. As duas têm um profundo amor uma pela outra. Noemi é conselheira de Rute; Rute, discípula de Noemi. Mesmo depois que Rute se casou e teve um filho, é dito sobre ela: “sua nora te ama e é melhor de que sete filhos” (4.15).
Em quarto lugar, Rute era uma mulher de bom testemunho em toda a cidade (3.11). Rute foi uma mulher que impactou a cidade não pela sua beleza, mas pelas suas virtudes. Sua beleza interior era mais esplêndida do que sua beleza exterior. O maior patrimônio que possuímos é o nosso nome, o nosso caráter. O bom nome vale mais do que as riquezas.
2. Boaz era um homem de grandes qualidades morais (3.8-10)
Três atributos de Boaz destacam-se neste texto:
Em primeiro lugar, Boaz era um homem íntegro (3.8-10). Uma mulher jovem, bonita, bem-vestida, perfumada, está aos seus pés à meia-noite. Se não fosse um homem íntegro teria abusado de Rute naquela circunstância. O maior desafio da integridade é quando nenhum olho está sobre você. O segredo mais secreto aqui na terra é um escândalo aberto no céu.
Um pastor que estava viajando para o exterior, resolveu beber. Depois da oitava dose, já com fala pastosa, pediu mais uma dose e a aeromoça lhe disse: “pastor, eu acho que o senhor devia parar”. A aeromoça era crente e conhecia o pastor.
Ricardo Gondim diz que Boaz manteve-se íntegro em duas circunstâncias diferentes:
Ser íntegro é manter-se fiel aos seus princípios às escondidas. O maior desafio da integridade é quando nenhum olho está sobre você. Boaz permanece íntegro depois de ter bebido vinho, à noite, no recesso da sua eira, tendo uma mulher bonita deitada aos seus pés. O conceito de integridade não é agir hipocritamente na presença dos conhecidos. Você é a pessoa que se revela quando está longe dos holofotes.
Ser íntegro é saber lidar com a vulnerabilidade do próximo. Há muitos que manipulam, exploram, aproveitam a fraqueza dos outros para tirar vantagem. Ser íntegro é ser respeitador. Boaz não se aproveita de Rute. Ele a abençoa. Ele a ama, mas quer fazer as coisas direito, no seu tempo. Ele sabe esperar!
Em segundo lugar, Boaz era um homem generoso (3.15-17). Boaz fazia mais do que a lei exigia. Ele ia além. Ele era generoso (2.15,16). Agora, Boaz não permite Rute voltar para sua sogra de mãos vazias. Ele é um abençoador. Ele tem seu coração cheio de generosidade e suas mãos abertas para ofertar. Você tem sido generoso na sua casa? Você é generoso com as pessoas. Tive o grande privilégio de hospedar-me certa feita na casa de um pesbítero na cidade de Brasília. Ele é um homem próspero e generoso. Ao descer do quarto para tomar o café da manhã, no domingo antes do culto, ele me deu um envelope. Pensei que se tratasse de algum pedido de oração. Quando abri, era uma oferta. Ele, então, me explicou: Deus tem me dado mais do que preciso. Ele tem sido generoso comigo. Então, resolvi que toda vez que hospedar uma pessoa ou encontrar um pastor, servo de Deus, darei a ele uma oferta de amor. Meu coração ficou comovido com aquele gesto e mais uma vez, vi cumprida a Palavra de Deus: “A alma generosa prosperará”.
Em terceiro lugar, Boaz era um homem leal (3.12,13). Boaz afeiçoou-se a Rute desde o primeiro dia em que ele a viu. As virtudes de Rute saltaram aos seus olhos e ele fez questão de revelar isso a ela e aos demais através da generosidade com que a tratou. Porém,quando Rute lhe pediu para ser o seu remidor, ele foi honesto com ela, dizendo que havia um outro que tinha a preferência na ordem de redimi-la. Boaz não fez nenhuma manobra nem lançou mão de nenhum artifício para buscar seus próprios interesses. Boaz era um homem de caráter.
V. A FELICIDADE NO LAR PRECISA PASSAR PELO CUIDADO DA BELEZA INTERIOR E EXTERIOR – (3.3,4)
1. Rute cuida da sua beleza interior (3.11)
Rute era uma mulher conhecida na cidade de Belém por sua integridade: “…toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa” (3.11). A Bíblia diz: “Enganosa é a graça e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada” (Pv 31.30). A Palavra de Deus ainda afirma: “Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus” (1Pe 3.3,4).
A Bíblia diz: “…as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada, e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras como é próprio às mulheres que professam ser piedosas” (1Tm 2.9,10).
As virtudes de Rute são mais destacas que os seus dotes físicois. A base de um casamento feliz não é a beleza física. Essa acaba com os anos. As rugas chegam. Os cabelos ficam brancos. O nosso vigor murcha como uma flor à expoção do calor do sol. Mas a beleza interior resplandece ainda mais.
2. Rute cuida da sua beleza exterior (3.3,4)
Rute quer constituir um lar. Ela quer perpetuar a memória do seu sogro e do seu marido. Naquela época um homem morrer sem deixar descendência era acabar de vez com o sonho de fazer parte da descendência do Messias.
Rute, então, prepara-se como uma noiva para o seu casamento. Ela se unge, veste seus melhores vestidos. Rute procura um marido, um lar feliz, mas se prepara para isso. Ela se cuida. Ela cuida da sua aparência. O homem é despertado pelo olhar. Os homens gostam de olhar e as mulheres gostam de ser olhadas.
Alguns pontos merecem destaque aqui:
Em primeiro lugar, Rute seguiu à risca as orientações da sua sogra, uma mulher mais experiente (3.5,6). Noemi era uma mulher experiente. Ela já estava velha para se casar, mas ainda sabia as regras mais adequadas para se conquistar um homem de caráter. Obeceder os conselhos das pessoas mais experientes pode pavimentar o caminho da felicidade.
Em segundo lugar, Rute associa a apresentação pessoal com prudência (3.3). Rute preparou-se para encontrar-se com Boaz. Havia outros homens que não teriam hesitado em se casar com ela (3.10), mas estes não poderiam tê-la redimido. Somente um parente resgatador poderia fazer isso, e Boaz era esse parente. Nessa preparação Rute fez cinco coisas: lavou-se, ungiu-se, trocou de roupas, aprendeu como apresentar-se a Boaz prometeu obedecer. Rute está bem-vestida e perfumada, mas espera a hora certa de fazer a abordagem a Boaz. A paciência é a primeira característica do amor. A precipitação pode botar tudo a perder. Hoje temos dois extremos: desleixo ou sensualidade. A sensualidade não pode tomar o lugar da pureza interior e do recato. Rute deita-se aos pés de Boaz e não no colo dele.
Em terceiro lugar, Rute é ousada na sua abordagem, mas recatada em seus gestos (3.4,8). Ela não espera o milagre de um casamento assentada em sua casa. Ela vai na direção de Boaz. Ela caminha na direção da realização do seu sonho. Ela não fica passiva, de braços cruzados esperando algo acontecer. Ela toma a iniciativa. Porém, Rute não se joga sobre Boaz, deitando em seu colo. Ela se deita ao seus pés. Ela não seduz Boaz com seus dotes físicos, mas conquista seu coração pelas suas virtudes morais.
Em quarto lugar, Rute é específica e elegante no seu pedido de casamento (3.9). Ela pede a Boaz para lançar sobre ela a sua capa, porque ele era o candidato legítimo e legal para casar-se com ela e suscitar uma descendência legítima à família de Elimeleque. Ele era o resgatador. Leon Morris diz que “atirar o manto sobre uma mulher seria pedi-la em casamento”. David Atkinson na mesma linha de pensamento, citando Ezequiel 16.8, diz que estender a capa era um delicado pedido de casamento. Rute havia se colocado sob as asas de Iavé (2.12). Agora, ela procura colocar-se sob as asas de Boaz (3.9). A palavra para “manto” que apareci aqui em Rute 3.9 é a mesma palavra “asas” que aparece em Rute 2.12.
Em quinto lugar, Rute e Baoz são puros no seu agir (3.14). É importante observar que Boaz e Rute só se relacionaram sexualmente depois do casamento público (3.14; 4.13). Isso está de acordo com o princípio de Deus em Gênesis 2.24. Sexo antes do casamento está em total desacordo com os princípios de Deus!
VI. A FELICIDADE NO LAR PASSA PELA OBEDIÊNCIA AOS SÁBIOS CONSELHOS (3.5)
A felicidade passa pelo mentoreamento das pessoas mais experientes. Noemi torna-se conselheira de Rute e Rute discípula de Noemi. Algumas coisas nos chamam a atenção:
Em primeiro lugar, a obediência de Rute (3.5). Noemi orienta, sua nora obedece. Os costumes judaicos do levirato eram estranhíssimos para Rute, mas ela obedece. O grande fruto da fé é a obediência. A Bíblia fala do conselho de uma empregada doméstica na casa do comandante da Síria. Ele foi curado da sua lepra ao atender o conselho do profeta Eliseu de mergulhar no Rio Jordão sete vezes.
Muitas pessoas sofrem porque seguem conselhos errados, buscam fontes venenosas. Mas o bom conselho, na hora certa, com a motivação certa pode ser uma bênção.
A Bíblia diz que as mulheres mais velhas devem ensinar as mais novas a amarem seus maridos: “quanto às mulheres idosas… sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovem recém-casadas a amarem ao marido e aos seus filhos” (Tt 2.3,4).
Em segundo lugar, a humildade e o recato de Rute (3.9). Boaz já tinha se agradado de Rute no campo. E ela sabia disso, as mulheres percebem essas coisas, mas quando ele lhe pergunta: ela responde “tua serva”. Ela não disse: “tua paixão, o novo amor da tua vida”.12 Agostinho disse: “O orgulho trasnformou anjos em demônios, a humildade trasnforma homens em santos”.
Em terceiro lugar, a confiança de Rute em Deus (3.10). Rute não saiu correndo atrás de nenhum jovem ou qualquer outro homem. Ela dirigiu-se a Boaz e por isso foi abençoada. Ela confiou na providência divina e Deus a honrou. Ela não manipulou nem engendrou artifícios. Ela não fez nenhuma armação, mas agiu de acordo com a orientação recebida de sua sogra.
Em quarto lugar, o descanso de Rute na promessa de Boaz (3.11). Boaz empenhou sua honra e sua palavra de que cumpriria os desejos do coração de Rute e trabalharia na direção de atender plenamente o seu pedido. A razão que ele apresenta é a excelente reputação de Rute. Ela tornara-se muitíssimo popular entre todos os habitantes da cidade. Todos sabiam das suas excelentes qualidades morais.
Em quinto lugar, a paciência de Rute (3.18). Noemi era uma profunda conhecedora da natureza masculina. Afinal de contas, ela convivera com três homens em sua casa, seu marido e seus dois filhos. Ela sabia que Boaz já estava ligado emocionalmente a Rute. Ela sabia que ele não descansaria até desembaraçar-se das questões legais e desposar Rute e tê-la para si. A paciência de Rute era um ingrediente fundamental no processo para a consumação daquele feliz casamento. Quem ama sabe esperar.
CONCLUSÃO
O livro de Rute nos ensina que o caminhado da felicidade é traçado pela mão soberana da providência. William Cowper disse que “por traz de toda providência carrancuda, esconde-se uma face sorridente”.
Deus mudou a sorte de Noemi e de Rute. Elas foram consoladas. Deus ainda continua transformando o desespero em porta da esperança e a amargura em felicidade. Deus continua transformando a pobreza em riqueza e a solidão em cenários de abundante felicidade.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Fonte: hernandesdiaslopes.com.br